O dia 8 de julho foi marcado, na
História mundial, por vários acontecimentos relevantes, dentre eles um
relacionado à Primeira Guerra Mundial: em 1918, o escritor
norte-americano Ernest Hemingway (na ocasião, motorista de ambulância
na Cruz Vermelha) foi ferido por estilhaços de uma bomba, na frente
austro-húngara desse combate, e suas memórias de guerra resultaram no
livro Adeus às Armas, publicado onze anos depois.
Para a contemporaneidade, este fato não
teria uma importância considerável, por não ser um escritor conhecido
por muitos. Entretanto, no mesmo dia 8 de julho, 96 anos depois, uma
seleção de futebol foi brutalmente ferida pelos jogadores alemães, na
frente mineira do combate futebolístico, cujo título se tornou, para
muitos brasileiros, uma questão de honra, por jogar em seus domínios.
Sim, estamos falando de futebol, um esporte capaz de unir povos, de
paralisar guerras e de trazer resquícios de esperança e paz para quem já
não acredita neles.
Sendo assim, por que há essa miscelânea entre futebol e guerra? Segundo o dicionário on-line Michaelis, a palavra “guerra” possui vários significados, como: “Luta armada entre nações, por motivos territoriais, econômicos ou ideológicos. / Campanha.
/ Luta. / Arte militar. / Ciência de conduzir um exército em campanha.
/ Coibição, combate de paixões, abusos, vícios etc.”. Com essa
visão, pode-se entender um pouco da convergência entre estas duas
práticas opostas, à primeira vista. Se, no combate da Primeira Guerra,
os alemães foram um dos maiores humilhados da Tríplice Aliança (vencidos
pelos Aliados, que tinham o Brasil como um de seus combatentes), na
“luta” futebolística de 2014, o vexame mudou de lado.
Quando se mesclam atitudes e expressões
de guerra com as futebolísticas, principalmente no chamado “país do
futebol”, é sinal de que a mídia eleva o futebol a um patamar maior do
que ele realmente representa. A artilharia pesada da guerra se
transforma num arsenal de palavras exacerbadas; a morte súbita, dentro
das quatro linhas, geralmente não leva nenhum dos envolvidos à óbito, e o
verdadeiro massacre está além de uma goleada de 7 a 1 para a Alemanha.
Ao contrário do que acontece com milhões de pessoas que faleceram nas
verdadeiras guerras, ao longo dos tempos, a vida de todos segue depois
da eliminação.
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