sábado, 12 de julho de 2014

Resíduos secos:São Paulo tem a primeira central mecanizada de triagem da América Latina

A grande questão em torno da destinação correta para cada tipo de lixo ganha mais um reforço de grande importância para a definitiva mudança na forma como lidamos com os resíduos gerados a cada dia. De acordo com diversas pesquisas especializadas nesse setor, nos últimos dez anos a população cresceu cerca de 9,65%, resultando em um aumento de 21% na produção de lixo, essa condição agravou problemas ambientais e de saúde pública levando alguns lugares a um colapso na gestão socioambiental. Com isso o assunto começou a ser tratado com a devida seriedade e urgência que refletiu em ações efetivamente transformadoras, uma delas é a primeira central mecanizada para triagem de resíduos sólidos que entra em funcionamento no bairro de Ponte Pequena, região central da cidade de São Paulo.

As diferenças entre os tipos de lixos recicláveis – Crédito: Divulgação 

Com base no Plano de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos, que determina que cada município deva ter o seu próprio planejamento de ações para tratar o lixo reciclável, criando soluções sustentáveis em torno dessas ações, a cidade de São Paulo sai na frente com a implementação da central de triagem, onde o lixo seco (papel, folhas soltas, caixas e embalagens em geral, caixa de metais, pequenas sucatas, potes e frascos de vidro) passa a ser reaproveitado para a criação de novos itens de consumo. Com isso cerca de 250 toneladas de lixo serão reaproveitadas diariamente, totalizando quase 80 mil toneladas por ano.
Orçada em R$ 26 milhões, com a perspectiva de geral R$ 1,6 milhões mensalmente, a Central conta com a mão de obra de 50 cooperativados, organizadas em 19 mil metros quadrados, com máquinas e equipamentos especializados, garantindo a eficiência, funcionalidade e segurança que os funcionários precisam para o dia-a-dia de um trabalho primordial na gestão dessa nova maneira de lidar com o lixo nosso de cada dia. Assim, precisamos repensar também o hábito de separar e destinar corretamente o lixo que produzimos, embora a grande maioria dos bairros ainda não possui coleta seletiva, é preciso que saibamos que essa é uma mudança que depende muito do envolvimento de todos.

Campanha de apoio a reciclagem – Crédito: Divulgação

Muitos lugares funcionam como posto de recebimento para material como plástico, papel, embalagens de vidro, a sugestão é que os condomínios residenciais e os prédios comerciais se tornem parceiros dessas cooperativas, que recolhe o lixo seco, e leva aos centros de reciclagem. Uma boa referência é o Movimento Nacional de Catadores de Material Reciclável uma galera que vem há 12 anos organizando frentes de trabalhos e ações para melhorar as condições de vida dessa classe tão importante nesse contexto.
Em dezembro do ano passado o BNDES anunciou uma linha de crédito de R$ 40 milhões para investimentos na infraestrutura de 22 centrais mecanizadas que existem em menor escala, o que garantirá reformas e modernização dos equipamentos, além da modernização de galpões que também atuam no trabalho de reciclagem dos resíduos secos. A perspectiva é que o índice de reciclagem, que hoje é de 1,8% ao ano, passa para pelo menos 10% com possibilidades de crescimento a cada nova central instalada. A prefeitura de São Paulo intenciona estender a coleta seletiva aos 96 distritos do município e implantar centrais mecanizadas de triagem dando suporte a cada lugar.

Central de triagem de material reciclável em São Paulo – Crédito: Divulgação

Então agora é a hora de repensar, reciclar e reutilizar, mobilize o mundo à sua volta e faça da destinação correta dos resíduos um hábito diário.
* Monique Rodrigues é diretora de arte e pesquisadora dos temas voltados ao meio ambiente
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