terça-feira, 16 de setembro de 2014

O efeito marina acabou?

A trágica morte de Eduardo Campos sacudiu a disputa presidencial. Nos dias seguintes a seu sepultamento, a então vice Marina Silva foi alçada a condição de cabeça de chapa e inicialmente cresceu nas pesquisas de intenção de voto. Ameaçou a liderança de Dilma Rousseff no 1º turno e chegou a colocar 10% de vantagem no 2º turno. Além disso, rebaixou Aécio Neves ao terceiro posto e longe da segunda perna da eleição. Porém, com o andamento da campanha e maior exposição dos candidatos, o efeito Marina Silva foi perdendo força. Se um 2º turno é algo certo, a vitória marinista no 2º turno agora parece algo difícil de se concretizar.
Nas últimas pesquisas divulgadas pelo Datafolha (publicada no dia 10 de setembro) e pelo Ibope (publicada no dia 12 de setembro), a diferença entre Marina e Dilma é cada vez menor. Durante o 1º turno, de acordo com o Datafolha elas empatam tecnicamente na liderança: Dilma com 36% e Marina com 33%. Pelo Ibope a vantagem da presidente é maior: 39% contra 31%. Já no 2º turno a vantagem de Marina para a petista caiu. O Datafolha registrou 47% de Marina contra 43% de Dilma. No Ibope o resultado foi 43% para Marina e 42% para Dilma.
As candidatas Marina Silva e Dilma Rousseff se cumprimentam em debate de TV – Crédito: Paulo Whitaker
Muitos fatores pesaram para que esses resultados e destaco três deles neste artigo. Um foi o horário eleitoral. Na TV, Dilma Rousseff tem muitos minutos a mais do que Marina e ainda conta com a força da máquina governista. Outro ponto foram os erros cometidos por Marina e sua equipe, principalmente a polêmica envolvendo seus projetos de campanha para o movimento LGBT, onde primeiro ela se mostrou favorável a causa gay e depois recuou sob suposta pressão de líderes religiosos. Por fim, outro fator determinante para queda de Marina e subida de Dilma foi a “velha política”, tão criticada por Marina. A candidata do PSB agora sente os efeitos de demonizar os partidos e a forma de se fazer política no Brasil. Afinal, sem eles em sua base, você não irá longe.
Restam 20 dias para a eleição presidencial e ainda haverá mais dois debates televisivos e duas semanas de propaganda eleitoral. Além de muito bate-boca via imprensa entre principais candidatos. No decorrer desta semana serão divulgadas novas pesquisas dos institutos. Serão números que provavelmente poderão nos indicar o rumo que a eleição irá tomar, confirmando o crescimento de Dilma, a queda de Marina e a estagnação de Aécio. Uma reviravolta nessa situação parece pouco provável, mas ainda tem muita água para rolar até o dia 5 de outubro.
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